domingo, 30 de novembro de 2008

Santa Catarina e Campos dos Goytacazes pedem ajuda !!!!!

O Blog VergonhaRio, na sua função de Utilidade Pública, solicita a todos os seus leitores e colaboradores que visitem o site da Defesa Civil de Santa Catarina, onde se enconta o site oficial do Desastre, sediado no mesmo site, para auxiliar às vítimas da enchente.

Visitem também o site da Cidade de Campos dos Goytacazes para auxiliar às vítimas da enchente.

Neste sites os leitores e colaboradores do VergonhaRio vão encontrar as instruções oficiais para auxiliar os nossos irmãos Catarinenses e Campistas neste momento tão difícil.


E lembremos sempre:


"Havendo suficientes colaboradores,
Qualquer problema é passível de solução.
"
Eric S. Raymond

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Carta de Médica ao Sergio Cabral , o vagabundo

Continuando a série de publicações sobre o descaso dos governos com a Saúde da Cidade do Rio de Janeiro, este Blog publica a carta abaixo, que veio de uma médica servidora do Governo do Estado. Os grifos são deste Blog.

A identidade da colaboradora, como sempre acontece em todas publicações do VergonhaRio foi mantida em sigilo.


Subject: ENC: Carta de Médica ao Sergio Cabral , o vagabundo.
> Date: Sun, 2 Nov 2008 13:36:04 -0200
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> -----Mensagem original-----
> De:
> Enviada em: domingo, 2 de novembro de 2008 11:17
> Assunto: Carta de Médica ao Sergio Cabral , o vagabundo.
>
> Carta de Médica ao Sergio Cabral , o vagabundo.
>
>
> Sabe, governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas
> vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média, médica,
> pediatra, deprimida e indignada com as canalhices que estão
> acontecendo.
> Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o senhor não sabe
> nada da minha também. Fiz um vestibular bastante disputado e com
> grande empenho tive a oportunidade de freqüentar a Universidade do
> Estado do Rio de Janeiro, hoje esquartejada pela omissão e
> politiquices do poder público estadual. Fiz treinamento no Hospital
> Pedro Ernesto, hoje vivendo de esmolas emergenciais em troca de leitos
> da dengue. Parece-me que o senhor desconhece esta realidade. O seu
> terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito
> prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos Zona Sul
> ...
> Aprendi medicina em hospital de pobre, trabalhei muito sem remuneração
> em troca de aprendizado. Ao final do curso nova seleção, agora para
> residência. Mais trabalho com pouco dinheiro e pacientes pobres, o
> povo. Sempre fui doutrinada a fazer o máximo com o mínimo. Muitas
> noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas
> refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o senhor
> nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor.
> No início da década de noventa fui aprovada num concurso para ser
> médica da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro'. A melhor
> decisão da minha vida, da qual hoje mais do que nunca não me
> arrependo, foi abandonar este cargo. Não se pode querer ser Dom
> Quixote, herói ou justiceiro. Dói assistir a morte por falta de
> recursos. Dói, como mãe de quatro filhos, ver outros filhos de outras
> mães não serem salvos por falta de condições de trabalho.
> Fingir que trabalha, fingir que é médico, estar cara-a-cara com o
> paciente como representante de um sistema de saúde ridículo, ter a
> possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-medicina
> é doloroso, aviltante e uma enorme frustração.
> Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto
> muito do que eu faço. Sou médica porque gosto. Sou pediatra por opção
> e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesma fazer o melhor
> de mim.
> É um deboche numa cidade como o Rio de Janeiro, num estado como o
> nosso assistir políticos como o senhor discursarem com a cara mais
> lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar
> vidas. Que vidas, senhor governador ?
> Por amor ao povo o senhor trabalharia pelo que o senhor paga ao
> médico? Os médicos não criaram os mosquitos. Os hospitais não estão
> com problema somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é
> quem queira se sujeitar a triste realidade do médico da SES para
> tentar resolver emergencialmente a omissão de anos. A mídia planta
> terrorismo no coração das mães que desesperadas correm a qualquer
> sintoma inespecífico para as urgências. Não há pediatra neste momento
> que não esteja sobrecarregado. Mesmo
> na medicina privada há uma grande dificuldade em administrar uma
> demanda absurda de atendimentos em clínicas, consultórios ou
> telefones. Todos em pânico.
> E aí vem o senhor com a história do lenga-lenga. Acorde governador !
> Hoje o senhor é poder executivo. Esqueça um pouco das fotos com o
> presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça
> a carinha de bom moço consternado na televisão.
> Faça a mudança . Execute.
> Lenga-lenga é não mudar os hospitais e os salários.
> Quem sabe o senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a
> sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de
> pracinha com babá, que o senhor bem conhece, mas daquelas que nem
> podem faltar ao trabalho para cuidar de um filho doente.
> Venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância,
> em pânico.Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o
> senhor tenta virar o jogo.
> A responsabilidade é sua, governador.
> Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador ?
>
> .
>
>
> Beijos (Nome da Servidora)
>


E agora, Governador ?